quinta-feira, 10 de abril de 2008

Devir

Tudo é devir, dizem os pré-socráticos. Mas as tramas desse processo, que nunca se completa, nos aprisionam. Não somos, por isso, capazes de viver o que é, o agora, o que acontece. Somos angustiados. Nossa memória é curta. Nossas sensações, voláteis. Superficiais. Nem conseguem nos afetar senão de pronto. Queremos o que ainda não é a qualquer custo. Vivemos no futuro. Em função dele. Eu sou devir, mas quero o hoje. Quero tudo o que o hoje me oferece. Intensamente. Ninguém garante que o devir trará o Bem, mas eu confio que sim. Esperemos que sim, façamos o que nos cabe, mas não esqueçamos de mergulhar nessas horas que se esvazem. Quero cada minuto.

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